segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Precisamos falar sobre POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA / HIV

(Imagem - Projeto Colabora)


"... em ambos os lugares, os remédios foram fracionados - a dose distribuída normalmente a uma pessoa foi dividida em duas, alcançando, assim, dois usuários dos remédios -, evitando que pessoas ficassem desassistidas..."



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"“Nesse velho armário novo eu não vou entrar, parcelado em dias de aflição”, canta o jovem Silvino, de 25 anos, na música Olhos Amarelos. Na composição, ele fala da decisão de não esconder o resultado positivo para o teste de HIV (vírus da imunodeficiência humana), que fez em 2016. Vinicius Silvino decidiu transformar seus sentimentos e medos em arte. E se engajou na luta pelo fim da discriminação contra pessoas vivendo com o vírus. 

"Agora, ele solta a sua voz para expor mais uma angústia das mais de 830 mil pessoas que fazem o tratamento de HIV/AIDS no Brasil: as falhas na distribuição de medicamentos. “Remédios que eu recebia em quantidade suficiente para dois meses, passaram a ser entregues para apenas um. Outros passaram a ter distribuição quinzenal. Isso nos coloca em constante apreensão e a alguns de nós, em risco”, alerta. ""



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“A falta de um remédio interfere diretamente na efetividade do tratamento, como explica o médico infectologista Cézar Pinheiro. "Se a pessoa tomar de maneira irregular ou faltar, tomar um pouco ou não tomar tem risco de fazer resistência e o tratamento não ser efetivo", detalha."




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“O Brasil está vivendo um dos piores momentos em relação à distribuição de antirretrovirais. Sempre falta em algum lugar. Estamos em um processo de retrocesso enorme, com uma ameaça muito grande à lei de acesso universal à distribuição de antirretrovirais“, diz ele. “A compra da metade do estoque (em junho) teve impacto direto nos serviços de saúde do Brasil todo. É um absurdo. O governo está brincando com a vida das pessoas”.
Salvador Côrrea, psicólogo com mestrado em Saúde Pública e porta-voz da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA). 



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= = = = = = = = = = = MARÇO 2018


Portadores de HIV enfrentam dificuldades para encontrar medicamentos no Rio
Medicamentos em falta custam cerca de R$3 mil. Em 2017, um problema de logística na distribuição dos produtos também prejudicou a entrega dos remédios no Rio.
Bom Dia Rio - 21/03/2018

Os pacientes portadores do vírus HIV relatam dificuldades para encontrar os medicamentos necessários para o tratamento da doença. Os remédios, que são distribuídos gratuitamente pela rede pública de saúde, estão em falta nas clínicas da Família e nos postos de saúde da cidade. Em 2017, um problema de logística também afetou a distribuição do medicamento.

De acordo com Maria Eduarda Aguiar, integrante da ONG ‘Pela Vidda’, esses remédios são importantes para evitar complicações na saúde dos pacientes.

“A falta dessa medicação e descontinuidade no tratamento gera prejuízos graves ao paciente. O paciente que fica sem esse medicamento por um dia ou dois pode fazer com que o vírus fique ainda mais resistente.", explica Maria.

O estado do Rio de Janeiro só administra a entrega dos remédios de HIV para os outros 91 municípios do estado. A distribuição na capital é feita diretamente entre prefeitura e Ministério da Saúde.

Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que todos os medicamentos para tratamento da Aids são fornecidos pelo Ministério da Saúde. A SMS disse ainda que houve uma irregularidade no abastecimento e algumas apresentações de certos medicamentos estão sendo substituídas temporariamente pelo Ministério da Saúde.

De acordo com a Secretaria, a substituição está sendo realizada pelos mesmos medicamentos com outra apresentação, o que não gera nenhum dano ao tratamento. Os pacientes que tiverem dúvida ou dificuldade na retirada da medicação devem procurar a direção da unidade ou seu médico para os devidos esclarecimentos.

O Ministério da Saúde esclarece que não há falta de medicamentos para o tratamento antirretroviral no país. Em relação ao medicamento Darunavir 600mg, o estoque do estado do Rio de Janeiro em março deste ano é de 423.530 comprimidos. O Ministério destaca que o consumo médio mensal (últimos 3 meses) é de 309.030 comprimidos para atender aos pacientes do Estado. Além disso, já está programada uma entrega de 100.020 comprimidos para a próxima semana.

https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/portadores-de-hiv-enfrentam-dificuldades-para-encontrar-medicamentos-no-rio.ghtml



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= = = = = = = = = = = JULHO 2018


Distribuição de medicamentos para Aids é normalizada em Porto Alegre
Suzy Scarton - Jornal do Comércio  - Julho.2018

Depois de um período de desabastecimento, a distribuição de medicamentos para HIV/Aids foi normalizada em Porto Alegre. A compra dos 37 tipos de remédios é centralizada no Ministério da Saúde, que faz o repasse aos estados, os quais ficam responsáveis pela redistribuição aos municípios. 

A reportagem do Jornal do Comércio percorreu quatro centros de saúde que distribuem o coquetel de drogas para a doença. No centro de saúde que fica dentro do Sanatório Partenon (avenida Bento Gonçalves, 3.722) e no Ambulatório de Dermatologia Sanitária (avenida João Pessoa, 1.327) foi registrada a falta de antirretrovirais, como o 3 em 1, composto por uma combinação de tenofovir, lamivudina e efavirenz,. 

No entanto, em ambos os lugares, os remédios foram fracionados - a dose distribuída normalmente a uma pessoa foi dividida em duas, alcançando, assim, dois usuários dos remédios -, evitando que pessoas ficassem desassistidas. No Centro de Saúde IAPI (rua 3 de abril, 90), não houve carência recente, embora os medicamentos "eventualmente faltem". 

O Centro de Saúde Santa Marta (rua Capitão Montanha, 27) se recusou a repassar informações, mas a reportagem testemunhou a entrega do medicamento 3 em 1 a um usuário. O JC não conseguiu contato com o Centro de Saúde Vila dos Comerciários (avenida Moab Caldas, 400, bairro Santa Tereza). O Conselho Municipal de Saúde, por meio da Comissão de DST/Aids, confirmou que a situação foi normalizada. No entanto, o problema existe e é recorrente no Estado. No final de junho, a Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa organizou uma audiência pública para debater o tema. 

A pauta foi o desabastecimento de antirretrovirais, essenciais a pelo menos 50 mil gaúchos com HIV. Na época, a própria Secretaria Estadual de Saúde (SES) admitiu que a provisão de três medicamentos - efavirenz, lamiduvina e biovir - era considerada crítica. "Vários medicamentos faltaram desde o começo do ano. Parece que, agora, está regularizado. Mas temos de ficar de olho, estamos brigando por essa regularização. Fizemos a audiência pública e, pelo visto, funcionou", comenta José Hélio Costalunga, integrante da Comissão de DST/Aids. 

Por nota, o Ministério da Saúde garantiu que não há falta de remédios para Aids em nenhum estado e que mantém as remessas dos 37 medicamentos, de forma a manter o abastecimento em dia. Afirma, no entanto, que desabastecimentos pontuais podem ocorrer, eventualmente, devido à complexidade do processo de compras e de distribuição. 

Também procurada, a SES corrobora o posicionamento da pasta federal de que pode ocorrer escassez pontual de algum item, mas garantiu que o ministério nunca interrompeu o envio de antirretrovirais. Em nível municipal, a Assistência Farmacêutica da prefeitura de Porto Alegre confirmou que houve problemas, na semana passada, com um medicamento, mas afirma que a situação foi resolvida e que não há desabastecimento no momento. 

Mesmo com queda, Estado ainda lidera ranking da doença A carência de medicamentos para HIV no Rio Grande do Sul preocupa não só pelo perigo e pela insegurança que causa aos diagnosticados, mas também pelo fato de que tanto o Estado como Porto Alegre lideram as estatísticas da doença no Brasil. Embora tenha havido uma queda nos índices nos últimos dez anos, o mais recente Boletim Epidemiológico de HIV/Aids do Ministério da Saúde, de março deste ano, mostra que, no ranking referente às taxas de detecção de Aids, Roraima e Rio Grande do Sul seguem apresentando as mais altas - 33,4 e 31,8 casos a cada 100 mil habitantes, respectivamente. O Acre tem a menor, de 8,7 casos. 

Entre as capitais, Porto Alegre desponta com uma taxa de 65,9 casos a cada 100 mil habitantes, mais que o dobro da do Estado e 3,6 vezes maior que a do Brasil (18,5 casos). A Capital também lidera o ranking de maior taxa de detecção entre gestantes, com 20 casos a cada mil nascidos vivos - 7,7 vezes maior que a taxa nacional e 2,2 vezes maior que a estadual. 

Mesmo com o ligeiro declínio, os números ainda assustam. Segundo o Ministério da Saúde, em 2006, o Rio Grande do Sul diagnosticou 4.237 novos casos. Em 2016, foram 3.584, uma queda de 15,5%. Já a taxa de detecção, em 2006, era de 38,6 casos a cada 100 mil habitantes. Em 2016, caiu para 31,8. Os dados de 2017 ainda não foram consolidados.  

(https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/geral/2018/07/639837-distribuicao-de-medicamentos-para-aids-e-normalizada-em-porto-alegre.html)




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= = = = = = = = = = = JULHO 2018

Problemas no abastecimento de medicamentos para HIV e Aids causam preocupação no Rio Grande do Sul
Pacientes enfrentam falta ocasional de algum dos componentes do tratamento na capital e no interior. Ministério da Saúde atribui a processo logístico de compra e distribuição.
Por G1 RS e RBS TV - 18/07/2018

Os pacientes com vírus HIV e com Aids do Rio Grande do Sul enfrentam uma situação difícil: o desabastecimento ocasional de alguns antirretrovirais, medicamentos necessários para o tratamento da doença crônica. A falta dos medicamentos não é generalizada: em Porto Alegre, por exemplo, pacientes reclamam que não encontram um dos tipos usados no tratamento, a lamivudina, nas farmácias do Posto IAPI, Santa Marta, Vila dos Comerciários e do Hospital de Clínicas, desde março.

Os medicamentos são repassados pelo Ministério da Saúde, e distribuídos para os municípios pela Secretaria de Saúde.

Em Santa Cruz do Sul, cidade distante cerca de 150 km de Porto Alegre, foi registrado o atraso de uma semana na entrega da lamivudina.

"Tem dez anos que eu tomo remédio. Isso aqui é tua vida, né? Então eu quero viver. Tem que ser certinho com o remédio pra eu viver", afirma outro paciente de HIV da cidade, onde cerca de 850 pessoas tratam a doença.

Em Pelotas, no Sul do estado, onde mais de 1,8 mil pessoas precisam realizar o tratamento contra o vírus, as listagem de pedidos enviadas pelo município não têm sido entregues por completo. Há remessas extras, que ajudam a suprir a necessidade, mas a situação causa preocupação nos médicos e pacientes.

"A distribuição não é regular, ela tem tido vários hiatos, vários períodos sem medicação. Ora sem um, ora sem o outro e isso compromete na realidade, a qualidade de vida do usuário", diz Eliédes de Freitas Ribeiro, diretora de Ações em Saúde, em Pelotas.

Um paciente de Pelotas, que não quis se identificar, conta que é frustrante não encontrar todos os remédios que precisa.

"Esse medicamento nos faz falta, porque é um medicamento de uso contínuo. Se a gente não tomar ele, baixa a imunidade da gente. Então a gente fica sempre assim, com os nervos à flor da pele", diz ele.

Problemas de saúde e desestímulo à adesão

A falta de um remédio interfere diretamente na efetividade do tratamento, como explica o médico infectologista Cézar Pinheiro. "Se a pessoa tomar de maneira irregular ou faltar, tomar um pouco ou não tomar tem risco de fazer resistência e o tratamento não ser efetivo", detalha.

A falta de remédios afeta também na adesão do paciente ao tratamento. Há relatos de municípios que disponibilizaram medicamentos para cinco dias, quando o padrão é a distribuição para todo o mês. Essa situação causa transtornos para o paciente, que pode acabar desestimulando-o o seguir com o tratamento.
"Em vez de a pessoa fazer a terapia completa, ela faz a terapia fracionada", explica o vice-presidente do Grupo de Apoio à Prevenção da AIDS (Gapa), Carlos Alberto Duarte. Segundo ele, para que o tratamento seja efetivo, o máximo que pode falhar na medicação é em torno de 5%. "Nessas falhas, o paciente acaba ficando um mês sem a medicação completa", diz.

A Secretaria Estadual de Saúde, por meio de nota, confirma que eventualmente acontecem faltas pontuais de algum dos 39 medicamentos antirretrovirais adquiridos pelo Ministério da Saúde e enviados ao estado. Mesmo assim, segundo a pasta, nunca houve o interrompimento total de envio ao estado.

Já o Ministério da Saúde afirma, também através de nota, que tem mantido as remessas de forma a garantir o abastecimento dos medicamentos em dia. Desabastecimentos pontuais, informa o ministério, podem ocorrer devido à complexidade do processo de compras e distriuição. Mesmo assim, não há repasse menor do que o número de pacientes que precisam de medicamentos, conclui a nota.

(https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2018/07/18/problemas-no-abastecimento-de-medicamentos-para-hiv-e-aids-causam-preocupacao-no-rio-grande-do-sul.ghtml)



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= = = = = = = = = = = OUTUBRO 2017

A angústia dos soropositivos na busca por medicamentos
Pessoas vivendo com HIV relatam aflição e riscos diante das últimas falhas na distribuição de remédios que fazem parte do coquetel contra a Aids
Projeto Colabora - Yuri Fernandes - 11 de outubro de 2017

“Nesse velho armário novo eu não vou entrar, parcelado em dias de aflição”, canta o jovem Silvino, de 25 anos, na música Olhos Amarelos. Na composição, ele fala da decisão de não esconder o resultado positivo para o teste de HIV (vírus da imunodeficiência humana), que fez em 2016. Vinicius Silvino decidiu transformar seus sentimentos e medos em arte. E se engajou na luta pelo fim da discriminação contra pessoas vivendo com o vírus. Agora, ele solta a sua voz para expor mais uma angústia das mais de 830 mil pessoas que fazem o tratamento de HIV/AIDS no Brasil: as falhas na distribuição de medicamentos. “Remédios que eu recebia em quantidade suficiente para dois meses, passaram a ser entregues para apenas um. Outros passaram a ter distribuição quinzenal. Isso nos coloca em constante apreensão e a alguns de nós, em risco”, alerta.

Atualmente, o SUS oferece, gratuitamente, 22 medicamentos para soropositivos – 12 deles produzidos no Brasil. Nos últimos meses, pelo menos 13 estados declararam problemas no estoque de antirretrovirais. “É muito triste tudo que está acontecendo. Os meses de julho e agosto foram um caos”, afirma Regina Bueno, advogada e defensora das causas de pessoas que vivem com HIV/Aids. Foi ela a quem o jovem Alex (nome fictício), carioca de 28 anos, recorreu quando se viu pela primeira vez sem ter o lamivudina (que faz parte do coquetel) para tomar. “Fiquei um dia sem. No mês passado, foi a mesma coisa. É complicado, não era para acontecer. Então, tenho medo do que possa ocorrer daqui pra frente”, lamenta o rapaz, que está em tratamento há mais de um ano.

Também foi a primeira vez, em quatro anos, que Guilherme (nome fictício), de 33 anos, foi em uma unidade de saúde atrás do seu coquetel e não encontrou um dos medicamentos. O fato aconteceu em setembro. “A atendente disse que o retornavir estava em falta, mas que os outros eu poderia levar. Era só assinar, ir embora e ficar retornando para ver quando o que estava faltando chegaria. Eu disse que aquilo era contra a lei e queria uma declaração por escrito do farmacêutico sobre a falta do remédio. No fim, conseguiram a medicação em um posto de saúde próximo”.

O fornecimento fracionado, com a entrega de pequenas quantidades de comprimidos e o pedido para que a pessoa volte em poucos dias para buscar o restante, também é completamente irregular, alerta a advogada Regina Bueno. “Isso é terminantemente proibido pela Anvisa, pelos conselhos de Farmácia e até mesmo pelo Departamento de IST, Aids e Hepatites Virais”, diz. “Trata-se de uma doença crônica. Se a pessoa fica sem tomar um remédio, as consequências, muitas vezes, aparecem rapidamente, além de poder causar resistência viral. Cada organismo age de um jeito”, diz. “Como trabalhamos com jovens em rede, um ajuda o outro para que não deixe de tomar o medicamento, que é de uso contínuo e ininterrupto”.

Segundo Regina, no mês de junho, o Ministério da Saúde reduziu a compra de medicamentos “à metade do que geralmente é adquirido para o abastecimento nacional”.  A situação foi regularizada já no mês seguinte. 

No entanto, também houve falhas na distribuição dos remédios, como afirma Salvador Côrrea, psicólogo com mestrado em Saúde Pública e porta-voz da Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS (ABIA). 

“O Brasil está vivendo um dos piores momentos em relação à distribuição de antirretrovirais. Sempre falta em algum lugar. Estamos em um processo de retrocesso enorme, com uma ameaça muito grande à lei de acesso universal à distribuição de antirretrovirais“, diz ele. “A compra da metade do estoque (em junho) teve impacto direto nos serviços de saúde do Brasil todo. É um absurdo. O governo está brincando com a vida das pessoas”.

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que “não há falta de medicamentos para AIDS no Rio de Janeiro e em nenhuma unidade da federação. Cabe esclarecer que o processo logístico da distribuição de antirretrovirais é compartilhado entre União e Estados. Compete ao Governo Federal adquirir todos os medicamentos antirretrovirais e distribuir para o almoxarifado dos estados. Esses, por sua vez, devem repassar às unidades de Saúde”.

O resultado disso é que pessoas vivendo com HIV, que já são obrigados a lutar diariamente contra o preconceito, têm redobrada sua carga de sofrimento. “Foi comprado remédio? Foi! Mas não o suficiente para que pudesse cobrir as falhas na logística da distribuição. Tenho atendido gente em completo desespero”, afirma Reinaldo R. Júnior, ativista e coordenador de eventos da Rede Jovem Rio +, voltada para soropositivos. 

“Quem tem HIV não pode esperar”, reforça Salvador Corrêa, autor do livro “O Segundo Armário: Diário de um Jovem Soropositivo”.  “Estamos falando de uma doença, de uma situação que pode levar à morte. A vida tem que estar em primeiro lugar, acima de qualquer outro interesse”, finaliza.

Em meio à discriminação, aos retrocessos e à angústia e medo gerados pelos últimos problemas na distribuição de medicamentos, Silvino, o cantor citado no início da reportagem, segue fazendo da sua história inspiração para quem, como ele, carrega o vírus: “Expor a sorologia é um ato de coragem? É. Mas também é um ato de oportunidade, percebe? Você não é só um vírus. Você é um corpo social, que está inserido em determinada situação. A questão que fica é: não falar sobre HIV/AIDS e permanecer alimentando esse monstro social prejudica só a quem vive com o vírus? Para mim, parece que atrasa a sociedade como um todo”.

(https://projetocolabora.com.br/saude/escassez-de-medicamentos-contra-o-hiv/)

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